Relatório de Transparência Salarial
Nota Esclarecedora Sobre Relatório de Transparência Salarial
O Grupo Unilever (“Unilever”) se dedica permanentemente – e cada vez mais – a olhar com cuidado e respeito para o tema da equidade de gênero. Prezando pelo relacionamento de alto nível com as nossas mulheres colaboradoras, mulheres consumidoras, e a sociedade em geral, a companhia atua com uma comunicação transparente e atende à nova legislação brasileira ao divulgar o Relatório de Transparência Salarial e de Critérios Remuneratórios, previsto na Lei nº 14.611/2023, neste domingo (31.03). Seguindo o formato estabelecido pelo Ministério das Mulheres e Ministério do Trabalho e Emprego, estamos apresentando os dados dos 17 CNPJs cadastrados no Brasil com mais de 100 pessoas empregadas, que representam fábricas, escritórios e centros de distribuição.
Mais do que extrair e agregar números, as leis devem servir de impulso para gerar realidades positivas e igualitárias que subtraiam todas as formas de injustiça, incluindo as desigualdades de gênero ou cor/raça dentro do mercado de trabalho. Para quem trabalha na Unilever, há uma certa inquietação quanto aos recortes realizados pelos 17 Relatórios elaborados pelo Ministério do Trabalho e Emprego, aqui anexados. Apesar das intenções retas da nova lei, as métricas escolhidas não oferecem uma fotografia fidedigna da nossa companhia.
Isso porque a metodologia dos Relatório está baseada na CBO, Classificação Brasileira de Ocupações, e no agrupamento de cargos, organizados por “Grandes Grupos de Ocupações”. A Lei nº 14.611/2023, por sua vez, propõe a comparação entre os salários pagos para realização de trabalho de igual valor, ao passo que os Relatórios agregam diferentes tipos de cargos, sem distinção de natureza da função, área de atuação, tempo de empresa, tempo na função, produtividade, perfeição técnica, tampouco níveis hierárquicos. Dessa forma, é perceptível que os Relatórios anexados oferecem análises comparativas de salários e cargos que, na verdade, não são comparáveis.
Entendemos o esforço e a complexidade da qual resulta a tentativa de uniformizar os dados de quase 50 mil empresas brasileiras, motivo por que acreditamos que o método merece ser revisto e aprimorado nas suas próximas edições, a fim de efetivamente promover a equidade salarial entre gêneros. No caso da Unilever, medir a nossa realidade através das métricas atualmente propostas, significa não refletir os esforços que vêm sendo empreendidos há muitos anos.
A história de luta da Unilever pelos direitos das mulheres precede à nova legislação brasileira de 2023. A companhia se destaca por suas políticas de igualdade de gênero e diversidade. É pioneira em iniciativas que combatem estereótipos e, desde 2018, tem metade de suas lideranças ocupadas por mulheres globalmente. No Brasil, superou a meta de 50% de mulheres em cargos de liderança, alcançando 53% em 2018. Em 2024, globalmente, esse percentual subiu para 55%. As políticas de gênero da empresa foram reconhecidas com sete prêmios entre 2019 e 2023, incluindo prêmios da ONU Mulheres, Pacto Global e Instituto Ethos.
Como uma empresa progressista, a Unilever trabalha permanentemente para que mais conquistas sejam alcançadas e nem cogita retroceder em pautas como a igualdade de gênero. Para além dos compromissos institucionais, devemos relembrar um ponto importante dessa jornada que se deu pela iniciativa das próprias mulheres funcionárias, aqui no Brasil. Em 2019, elas criaram grupos de afinidade – como o Women UP – e tais coletivos se tornaram uma potência de transformação social e de cultura, contemplando, inclusive, espaços de mentorias em que mulheres guiam e orientam outras mulheres.
A liderança feminina representa mais da metade (54%) da nossa força de trabalho no Brasil, considerando fábricas, escritórios, pontos de venda e centros de distribuição. Dessa maneira, a companhia atua intencionalmente no combate de vieses inconscientes que possam provocar um sistema de desigualdade, inclusive, nas questões remuneratórias. Na Unilever, elas têm a caneta à mão, e temos convicção de que estamos adotando uma série de práticas sistêmicas para manter um ambiente de trabalho igualitário para as nossas mulheres empregadas.
Portanto, temos o dever de, mais uma vez, afirmar que a metodologia utilizada acaba por apresentar à sociedade comparações que não endereçam as verdadeiras inequidades salariais. Por essa razão, a Unilever se coloca à disposição das autoridades e tem a ambição de unir esforços para encontrar uma metodologia que sirva de impulso e acelere medidas para a igualdade salarial entre homens e mulheres na iniciativa privada.