A reciclagem desempenha um papel importante para manter os resíduos plásticos fora do meio ambiente, mas sabemos que só isso não resolverá o problema.
Já usamos bastante plástico reciclado pós-consumo (PCR) para fazer novas embalagens – para que possamos nos afastar do uso de material virgem – e estamos tentando usar ainda mais. Estimamos que o plástico reciclado mecanicamente tenha uma pegada de gases de efeito estufa 50% menor do que o plástico virgem.
A única maneira de fazer isso é se houver mais PCR no sistema para comprar e usar. Como resultado, cabe a nós desenvolver embalagens que possam ser recicladas, para que possam voltar mais facilmente ao 'loop' para que possamos fazer mais. Para isso, ajudamos a criar as Regras de Ouro do Design da Consumer Goods Forum para embalagens plásticas, que visam acelerar o progresso no uso de menos e melhor plástico.
Mas tornarreciclável a embalagem do produto não significa automaticamente que ela será reciclada. Isso requer que a infraestrutura esteja pronta para coletar, classificar e processar.
Atuamos em 190 países e a infraestrutura para reciclagem de plástico varia enormemente entre eles. Um dos maiores desafios que enfrentamos é fechar a lacuna entre o que é tecnicamente reciclável e o que é realmente reciclado.
Neste momento, cerca de 70% das nossas embalagens são tecnicamente recicláveis, mas apenas metade é reciclável na prática. Então, enquanto continuamos a progredir na reciclabilidade técnica, também estamos trabalhando com governos locais e outras organizações para melhorar a infraestrutura de reciclagem.
Aumentando nossos esforços em relação à coleta e o processamento
Temos o objetivo de ajudar a coletar e processar mais embalagens plásticas do que vendemos. Nossa empresa na Índia foi a primeira a fazer isso, e temos planos implementados com parceiros no Brasil, Índia, Indonésia, Filipinas, Rússia, África do Sul, Tailândia, Reino Unido e EUA.
Esses planos incluem investimentos diretos e parcerias na coleta e processamento de resíduos, capacitação através da compra de plásticos reciclados e apoio a Esquemas de Responsabilidade Estendida do Produtor (EPR) nos quais pagamos diretamente pela coleta de nossas embalagens.
Estamos desenvolvendo soluções guiadas pela tecnologia na Indonésia, onde oferecemos suporte às comunidades urbanas no desenvolvimento de sistemas para coletar e vender resíduos. Uma plataforma digital chamada 'Google My Business' permite que os consumidores encontrem os bancos de resíduos mais próximos através do Google Maps. Atualmente, cerca de 800 bancos de resíduos são pesquisáveis – o objetivo é chegar a 2.000.
Também precisamos considerar o impacto do sistema de plástico nos meios de subsistência das pessoas. Em alguns mercados, as pessoas ganham a vida separando resíduos. Queremos ajudar esses trabalhadores a fazer parte de um sistema de reciclagem formal e seguro. Na Índia, por exemplo, estamos trabalhando com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) para proteger os meios de subsistência de coletores informais de resíduos, que ajudam a separar, coletar e reciclar embalagens.
A parceria alcançou mais de 33.000 famílias e coletou 2.500 toneladas de resíduos plásticos até agora e será ampliada para incluir mais famílias nos próximos anos. Estamos usando o que aprendemos e replicando nosso trabalho com o PNUD com outros parceiros em países como o Paquistão.
A colaboração é fundamental. O design para a reciclabilidade depende das empresas. Então precisamos trabalhar com os governos para alcançar metas de reciclagem mais ambiciosas a nível nacional através de, por exemplo, pactos de plástico. A ação coletiva ajudará a liberar mais investimentos para a infraestrutura de reciclagem que, por sua vez, incentivará mais empresas a agir.