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Mãe Terra inaugura restaurante de Gastronomia Periférica, "Da Quebrada"

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Aproveitamento integral dos alimentos, cardápio sazonal, vegano e acessível são alguns dos diferenciais do novo restaurante Da Quebrada, em São Paulo.

Um lugar para encontrar comida boa, mas também valores e consciência social: assim nasce o Da Quebrada (@daquebradasp). Situado na Rua Harmonia, 271, no coração da Vila Madalena, em São Paulo, o restaurante abre as portas para não só mostrar o tempero delicioso que a quebrada tem, mas que é possível fazer da cozinha um lugar de consciência social e ambiental.

Em parceria com a Mãe Terra, o restaurante Da Quebrada pretende reunir tudo que a Gastronomia Periférica acredita e ensina: aproveitamento integral dos alimentos, comida sazonal, vegana e orgânica, consciência social e representatividade para as pessoas da periferia, especialmente as mulheres pretas. O menu, vegano, foi criado pela equipe de chefs e alunos da Gastronomia Periférica.

Uma parceria que vai muito além da cozinha

A proposta não é obter lucro, mas sim, oferecer um cardápio vegano baseado no aproveitamento total, utilizando somente produtos sazonais e a preços acessíveis.

O novo restaurante começou a ser gestado no fim de 2020, tem patrocínio da Mãe Terra, e ocupa o térreo do prédio da empresa.

“Da Quebrada é um movimento que tangibiliza várias das nossas paixões, alimentos veganos usados integralmente, sustentabilidade na íntegra, e pequenos produtores. Além disso, torna-se um laboratório de experimentos e empreendedorismo social. A parceria com a GP vem de longa data de admiração por um trabalho impecável de muito impacto, no qual aprendemos e queremos estar cada vez mais próximos”, diz Felipe Lucci, líder de sustentabilidade da empresa.

Para ele, alimentar a mudança por meio de comida gostosa, negócios sociais e sustentáveis é a melhor forma de participar dessa transformação.

Todas as hortaliças, serão adquiridas de agricultores agroecológicos das quebradas da cidade, como o Sítio Nossa Vida (@sitionossavida), que fica em Parelheiros, na zona sul de São Paulo; e para além das hortaliças, os insumos frescos do Instituto Chão (@institutochao), vizinhos do Da Quebrada, na Vila Madalena.

E não só isso, a proposta do Da Quebrada é ser uma vitrine, uma ponte entre pessoas que fazem, transformam e inspiram. A GP valoriza projetos e iniciativas da periferia, e no nosso restaurante, além de obras de artistas da quebrada, como o @quebradinha_; nossas louças também têm história: feitas por mulheres da Associação de Ceramistas, a Cerâmicas Baluarte (@ceramicasbaluarte). Um projeto que visa a preservação da natureza e geração de renda e o desenvolvimento local.

Um restaurante-escola: Da Quebrada SP é sobre aprender na prática

No caso da Gastronomia Periférica, a oportunidade de estágio no novo restaurante faz com que o sistema de formação fique completo.

No Da Quebrada, os alunos dos cursos gratuitos da Gastronomia Periférica terão a oportunidade de estagiar por seis (6) meses, aplicando todo o conhecimento adquirido na escola, para depois saírem preparados para o mercado de trabalho, fechando um ciclo completo de aprendizado.

“Eu espero que o Da Quebrada seja uma extensão, quase uma materialização de tudo que envolve nossa metodologia: que seja um espaço para prática das alunas, um espaço de visibilidade para as mulheres pretas periféricas; que seja um espaço onde a nossa bandeira de aproveitamento total seja posta na prática, de maneira que eduque também quem está comendo", afirma Adélia Rodrigues, sócia fundadora da Gastronomia Periférica.

Afinal, a gente fica bom em tudo que pratica, não é mesmo?

Mas é “da quebrada” e está na Vila Madalena?

A GP tem orgulho da “cozinha de quebrada”, que não desperdiça e que usa com inteligência todos os recursos, pois sabe o quanto é duro tê-los disponíveis.

Estar em lugares diversos da cidade e mostrar nosso potencial para o mundo é uma das nossas missões, pois a gente pode ir e estar onde quiser. A ideia é que todo periférico esteja (consciente) ocupando todos os lugares. “Materializar tudo que a gente faz.

Para que as pessoas vejam, sintam; para que levem um pedaço de verdade da gente pra dentro delas. Comer o que a gente faz. Da quebrada é isso. De verdade, colocar pessoas pretas e periféricas como protagonistas, como destaque. Quem tá no da Quebrada, é quem vem da quebrada; os produtos, de quem produz na quebrada, o Da Quebrada é nosso!”, completa o chef Edson Leite, sócio fundador da Gastronomia Periférica.

Um menu consciente e saboroso com cascas, talos, sementes e folhas: o aproveitamento integral

Tostadas de pão de levain com legumes diversos, talos e sementes.

Casca não é lixo, sementes também não; talos, tampouco. PANCs, por exemplo, que são plantas alimentícias não convencionais, estão por aí, espalhadas em todos os lugares; mas muitas ainda são desconhecidas da maioria das pessoas.

Aqui, a cozinha é a escola. O Da Quebrada é sobre isso: precisamos de alimentos bons, limpos e justos, para todos.

No menu do Da Quebrada, criado pela equipe da GP, tostadas de pão de levain com legumes diversos, talos e sementes (foto); tapioca com manteiga de cacau (e outros recheios), salada de frutas da estação, muffins com geleias, sucos naturais e aquele café preto perfeito são só alguns dos itens do menu do café da manhã. E é assim que o restaurante irá funcionar no começo: servindo apenas café da manhã, de segunda a sexta-feira, durante o mês de lançamento. Nos próximos meses, a cozinha abrirá para almoço também.

Muito além da cozinha

Em um país onde o desperdício de alimentos é absurdamente alto, e ao mesmo tempo muita gente passa fome, encontrar soluções para evitar esse desperdício deveria ser missão de todos.

Um levantamento da ONU mostrou que o Brasil desperdiça por ano cerca de 27 milhões de toneladas de alimentos. Estima-se que 80% desse desperdício acontece no manuseio, transporte e centrais de abastecimento.

A Gastronomia Periférica acredita que o melhor jeito de participar dessa transformação tão necessária na luta contra o desperdício começa com o que a gente come (e como a gente come). Por que deveríamos deixar de lado sabores e nutrição por falta de conhecimento, e até preconceitos? Aproveitar integralmente os alimentos é não só ter consciência na cozinha, mas fazer, sim, “alta gastronomia”, com consciência social, ambiental e sem deixar o sabor de lado.

Afinal, é impossível ser feliz faminto.

SERVIÇO

Inicialmente o Da Quebrada SP começa com serviço de café da manhã. A partir de outubro, o restaurante também abrirá para o almoço.

Rua Harmonia, 271, Vila Madalena, São Paulo, SP

Aberto de segunda a sexta conforme cronograma a seguir:

De 19 a 23 de setembro servindo café da manhã, das 09h às 14h.
De 29 de setembro a 04 de outubro servindo almoço das 11h às 15h.
A partir de 05 de outubro servindo café da manhã e almoço, das 08h às 16h.

SOBRE A GASTRONOMIA PERIFÉRICA

O negócio social Gastronomia Periférica foi criado por Adélia Rodrigues e Edson Leite, que hoje fazem a gestão pedagógica e de novos negócios da GP. Esse sistema de ensino culinário e de negócios surgiu em 2012 como uma oficina e foi transformado em escola em 2018.

Entre outras atividades, a GP quer profissionalizar moradores das periferias, em especial, as mulheres pretas. A escola da Gastronomia Periférica é 100% gratuita e engloba auxílio-internet, ajuda de custo para compra de insumos e mentoria/tutoria durante todo o curso.

Em paralelo à nova empreitada do restaurante, a Gastronomia Periférica, que adotou o sistema EAD durante a pandemia, voltou com tudo. Em vez de aulas só remotas, o aprendizado agora é híbrido.

Quer fazer parte? Acesse o site www.gastronomiaperiferica.com.br !

Informações à imprensa

Daniella Morais : comunicacao@gastronomiaperiferica.com.br

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