Temos trabalhado em soluções simples e sustentáveis que ajudarão milhões de pessoas a reduzir o consumo de plástico para sempre. Aqui está o que aprendemos até agora.
A necessidade de uma redução absoluta no uso de plástico é bastante clara. Um relatório recente da The Pew Charitable Trusts e da SYSTEMIQ, chamado ‘Breaking The Plastic Wave’ (Quebrando a Onda de Plástico) descobriu que a quantia de plástico encontrada nos oceanos deverá triplicar até 2040, a menos que uma ação radical seja tomada.
Mas existem soluções. O mesmo relatório descobriu que essa quantia pode ser reduzida em 80% se ocorrer uma grande mudança transformacional. Então, na Unilever, estamos tomando providências. Em 2019, prometemos que até 2025 reduziríamos pela metade o uso de plástico virgem em nossas embalagens e removeríamos inteiramente mais de 100.000 toneladas de plástico.
Nosso ponto de partida deve ser o design. Estamos reduzindo a quantia de plástico que usamos e, então, nos certificando que o que usamos venha cada vez mais de fontes recicladas. Nosso objetivo é garantir que até 2025 todas as nossas embalagens plásticas sejam reutilizáveis, recicláveis ou compostáveis – e estamos trabalhando a uma velocidade e intensidade sem precedentes para realizar progressos. Uma solução são os refis, formatos reutilizáveis, e estamos explorando como levá-los aos consumidores em todo o mundo.
Como o Diretor de P&D, Richard Slater, explica: “Para lidar com as principais causas dos resíduos de plástico, precisamos pensar de forma diferente sobre as embalagens. Precisamos de inovações ousadas que desafiem os designs, materiais e modelos de negócios existentes. Nossa prioridade é, essencialmente, repensar nossa abordagem e preparar o caminho para novas soluções, como formatos reutilizáveis e recarregáveis (refis)”.
“Ao adotar a mentalidade de ‘testar, aprender e refinar’, temos desenvolvido soluções inovadoras que ajudarão as pessoas a reduzir o uso de plástico para sempre”, acrescenta Richard.

Novos produtos. Novas embalagens. Novos modelos.
Formamos equipes dedicadas para acelerar nosso trabalho nos formatos reutilizáveis e recarregáveis e estamos investindo em programas piloto em todo o mundo para testar sua viabilidade. Temos aprendido ao longo do caminho e refinado vários modelos para descobrir o que funciona para os consumidores – e para nós como empresa.
Nossos parceiros na Fundação Ellen MacArthur apresentaram quatro modelos para recarregar e reutilizar produtos de consumo que concordamos ter um potencial muito forte. Todas as quatro abordagens se encaixam nos projetos piloto que estamos executando. Também estamos explorando modelos business-to-business (empresa-para-empresa) através da Unilever Food Solutions, que fornece produtos para o setor hoteleiro.
- Refil em casa: onde os consumidores podem solicitar refis para entrega em casa;
- Refil na rua: onde os consumidores podem encher seus recipientes através de sistemas dispensadores nas lojas;
- Coleta em casa: onde os consumidores podem solicitar que as embalagens sejam coletadas em suas casas e enchidas;
- Coleta na rua: onde os consumidores levam a embalagem em um ponto de entrega, e ela é coletada e enchida pelos fabricantes;
- Refis e coletas business-to-business: onde as empresas do setor hoteleiro podem solicitar uma grande quantidade de refis para cozinhas profissionais.

Ao tornar os formatos de refil e reutilização amplamente disponíveis e acessíveis, esperamos usar nossa dimensão e alcance para impulsionar uma mudança duradoura. Mas não podemos fazer isso sozinhos. A união faz a força e, para que isso realmente tenha um impacto, precisamos que os consumidores, varejistas e governos vejam seus benefícios.
É por isso que, pela primeira vez, estamos compartilhando o que aprendemos.
Não existe uma solução única para tudo
Os estudos de caso acima destacam apenas alguns dos programas de refil e reutilização que temos testado em todo o mundo, apresentando aos consumidores e clientes uma nova maneira de escolher, usar e reutilizar embalagens. Eles ilustram parte do nosso trabalho neste espaço, mas não são abrangentes. Projetos adicionais incluem refis em lojas nas Filipinas, Indonésia, Vietnã e França. Também introduzimos máquinas de venda de refis no Sri Lanka e uma série de projetos pilotos de refil em lojas de funcionários nos escritórios da Unilever em todo o mundo.
Aprendemos que, quando se trata de refil e reutilização, definitivamente não é um caso de uma solução única para tudo. Consumidores diferentes têm necessidades e desejos diferentes, que dependem de uma série de fatores. Onde eles moram. Como eles compram. O que eles compram. Da mesma forma, diferentes categorias de produtos funcionam melhor fora de casa do que em casa e vice-versa.
O sucesso depende da adaptação das soluções de maneira apropriada, removendo as barreiras à sua entrada e mantendo os sistemas o mais simples possível.
Nossos projetos destacaram algumas conclusões claras. Aqui estão algumas delas.
1. Devemos oferecer mais do que sustentabilidade
Os projetos que vimos crescer mais rapidamente foram aqueles em que pudemos comunicar uma proposta de valor muito clara aos consumidores.
Em muitos casos, isso não está apenas relacionado à sustentabilidade – é também uma questão de preço e conveniência.
Custos adicionais para montar pontos de refil ou uma infraestrutura de coleta/reutilização são esperados, mas os benefícios são custos de logística e embalagem reduzidos.
2. O digital pode fazer a diferença
Soluções digitais, como aplicativos ou assinaturas online, oferecem um enorme potencial quando se trata de refis, tornando mais fácil para os consumidores solicitar recargas dos produtos de que precisam.
O e-commerce não é apenas um canal de rápido crescimento para a Unilever como um todo, mas também fornece insights e dados valiosos que podem ajudar a moldar e reforçar nosso relacionamento com os consumidores.
3. Os refis nas lojas precisam ser ampliados
Apesar das restrições do Covid-19 e das regras de distanciamento físico, as estações de refil nas lojas podem funcionar bem quando a ida do consumidor é devidamente assistida.
Nossos projetos pilotos nas lojas mostraram que as estações de refil sozinhas não entregam resultados. Elas precisam ser ampliadas e promovidas com comunicações claras e envolventes, e os clientes podem precisar da ajuda da equipe da loja.
Comunicar os benefícios de utilizar o refil para os consumidores que estão acostumados com as opções de compra convencionais apresenta um desafio – mas é absolutamente vital. Mesmo os consumidores que estão predispostos a escolhas mais sustentáveis podem não compreender totalmente as vantagens ambientais e econômicas que vêm com o uso dos refis. Acreditamos que campanhas de comunicação para o público em geral são necessárias para esclarecer os benefícios dos refis – juntamente com campanhas em menor escala para soluções específicas de refil ou reutilização.
4. A continuidade é necessária
Para que o uso de embalagens reutilizáveis decole, os consumidores precisam continuar voltando e enchendo os refis de seus produtos de forma contínua.
Nossa parceria com a Algramo, destacada nos estudos de caso acima, mostra que o modelo de negócios contou com uma proposta e um processo que incentivou os consumidores a retornar com suas embalagens vazias e tornou mais simples para eles fazerem isso.
5. É necessária uma abordagem ágil e empreendedora
As pessoas por trás de nossas marcas adotaram o pensamento empreendedor com grande eficácia, levando projetos da ideia ao piloto em um curto espaço de tempo.
Formamos equipes que estão focadas em projetos de reutilização e refil e estabelecemos equipes "disruptivas" dedicadas, compostas por funcionários que trazem novas habilidades e conhecimentos para a Unilever, muitos vindos do setor de start-up.
6. Nossa meta de redução absoluta de plásticos é a chave
Nosso compromisso corporativo para reduzir a quantia de embalagens plásticas que usamos em 100.000 toneladas tem sido parte integrante de nossas parcerias de reutilização e refil.
Ele proporciona uma visão clara para nossos funcionários e parceiros sobre o trabalho a ser feito e estimula as inovações necessárias para alcançar essa meta.
7. Devemos colaborar para mudar o sistema
Precisamos trabalhar com consumidores, clientes, outras empresas e governos para criar os sistemas que permitirão que esses modelos prosperem.
Nossos projetos pilotos mostraram que quando conseguimos fazer parceria com aqueles que compartilham nossa visão – por exemplo, com varejistas que também desejam reduzir o uso de plástico – conseguimos ampliar nossos projetos mais rapidamente.
8. A política governamental pode causar um grande impacto
A política governamental, incluindo a definição de padrões e o fornecimento de incentivos para o uso de refis e a reutilização de embalagens, pode criar o ambiente propício adequado para que esses modelos cresçam.
A natureza nascente dos modelos de refil significa que as diretrizes regulatórias e as políticas públicas podem ser vagas, e encontramos desafios com isso em vários de nossos pilotos. Esperamos que isso mude e estamos ansiosos para trabalhar com os legisladores para ajudar a definir um caminho claro a seguir.
9. Devemos ser ousados em relação à inovação
É necessária uma abordagem ousada em relação à inovação para chegar a este estágio de nossa jornada de refil e reutilização. Tivemos que repensar totalmente nossa abordagem ao design de embalagens, aprendendo à medida que avançamos. Descobrimos aprendizados vitais que precisam ser integrados à inovação futura, como a importância das embalagens transparentes quando os consumidores usam o processo de refil em casa com um produto concentrado, para que possam ver a formulação única funcionando.
Estamos aprendendo com cada insight, melhorando e evoluindo nossos planos.
Então, o que vem por aí para a Unilever?
A abordagem de refil e reutilização está em seu início. Ainda estamos aprendendo. Mas testar em condições reais nos deu uma longa lista de insights – e uma lista de afazeres ainda mais longa. Agora, queremos gerar um impulso e fazer tudo ao nosso alcance para ajudar a trazer uma revolução no que diz respeito aos refis e a reutilização.
Compartilhar o que aprendemos é um começo e esperamos que seja útil. Mas a mudança global precisa de todo um sistema por trás dela. Sabemos que não podemos fazer isso sozinhos, necessitamos da adesão de varejistas, fabricantes, serviços de entrega, organizações da sociedade civil e, claro, consumidores. Também vemos um papel crítico para os governos, especialmente em ajudar a promover a inovação e incentivar o investimento. Continuaremos colaborando para ajudar a fazer isso acontecer.
Nossos testes também continuarão. Pudemos ver que, ao manter as coisas simples, com os refis de produtos concentrados, por exemplo, ou soluções digitais para uma nova compra de suprimentos, conseguimos tornar as mudanças mais fáceis para os consumidores adotarem e aumentar a probabilidade de fazer os novos hábitos durarem.
Formamos equipes internas dedicadas para adquirir experiência, testar diferentes abordagens e expandir projetos pilotos de sucesso. E continuaremos aprendendo ao longo do caminho e refinando nossos sucessos.
Estamos repensando o plástico. E você?